Outubro Rosa: informação, prevenção e diagnóstico precoce
De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), no país, uma em cada 12 mulheres receberá o diagnóstico de câncer de mama até os 90 anos de idade. De fato, não é um número qualquer, daí a extrema importância do Outubro Rosa, campanha anual que desde a década de 1990 vem alertando mulheres do mundo inteiro sobre o diagnóstico precoce e disseminando dados preventivos. O movimento chegou ao Brasil em 2002, e desde então vem sendo uma das iniciativas mais eficientes no campo da saúde.
Para falar um pouco mais sobre a campanha e o Câncer de mama, conversamos com o Dr. Gustavo Fernandes, Ginecologista da equipe do Increasing.
Como você avalia a importância do Outubro Rosa?
Dr. Gustavo Fernandes - O Outubro Rosa é uma campanha importante para a conscientização de três pilares no controle do câncer de mama: prevenção, detecção precoce e a importância da mamografia. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) foram estimados 59.700 casos novos de câncer de mama em 2019 no Brasil. É o segundo tipo de câncer que mais acomete brasileiras, representando em torno de 25% de todos os cânceres que afetam o sexo feminino.
Quais são os fatores de risco?
Existem diversos fatores de risco, mas nenhum é causa isolada de câncer de mama. Um dos principais fatores é o histórico familiar de câncer de mama, mas podemos citar também a obesidade, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool, aspectos da vida reprodutiva da mulher (idade da primeira menstruação, ter tido ou não filhos, ter ou não amamentado, idade em que entrou na menopausa etc) e exposição à radiação ionizante.
A partir de que idade e com que frequência deve ser feita mamografia?
Dr. Gustavo Fernandes - Segundo o INCA, a mamografia deve ser realizada dos 50 aos 69 anos a cada 2 anos. Essa rotina favorece a detecção precoce da doença e diminui a mortalidade. Mulheres com antecedente familiar devem iniciar esse rastreio em idade mais precoce.
As mulheres devem fazer o autoexame?
Dr. Gustavo Fernandes - Atualmente não se recomenda o autoexame das mamas como técnica a ser ensinada às mulheres para rastreamento do câncer de mama. Existem estudos mostrando baixa efetividade para essa prática. É importante que as mulheres conheçam seu corpo e que procurem um serviço médico o mais cedo possível caso notem algo diferente em suas mamas. A mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer, por meio da observação e palpação ocasionais de suas mamas, em situações do cotidiano, sem periodicidade e técnica padronizadas como acontecia com o método de autoexame.
O que mais pode ser feito no âmbito da prevenção?
Dr. Gustavo Fernandes - A prática de atividade física e de alimentação saudável, com manutenção do peso corporal adequado, estão associadas a menor risco de desenvolver câncer de mama. Cerca de 30% dos casos podem ser evitados quando são adotados esses hábitos. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Quais são os sintomas do câncer de mama?
Dr. Gustavo Fernandes - Os principais sinais e sintomas da doença são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).
Caso o câncer seja detectado, quais são as formas de tratamento?
Dr. Gustavo Fernandes - O tratamento é individualizado e depende do estágio da doença. É possível se tratar a doença com cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
Quanto mais precoce for detectada a doença menos agressivo será o tratamento e maior a chance de cura.
O que o Increasing tem a oferecer para quem busca tratamento ou prevenção?
Dr. Gustavo Fernandes - O Increasing tem ginecologistas que podem orientar a paciente na prevenção e na realização dos exames de rotina importantes na detecção precoce da doença. Temos nutricionista e nutróloga que podem auxiliar no tratamento da obesidade. Na nossa equipe multidisciplinar temos profissionais especializados que podem auxiliar no pós-tratamento oncológico, por exemplo, na realização de fisioterapia após mastectomia (cirurgia de retirada da mama) para evitar o linfedema nos membros superiores ou no tratamento de dor oncológica.