Cuidados com pessoas com deficiência e higienização de equipamentos e aditamentos



No Brasil há cerca de 16 milhões de pessoas com deficiência, e desses, estima-se que há um milhão somente na cidade de São Paulo, de acordo com revisão feita nos dados de 2017 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), citado pelo Governo do Estado.

Essas pessoas apresentam maior probabilidade de chance de contrair o novo coronavírus, e uma parte delas também está no grupo de risco da covid-19, em razão das fragilidades físicas, notadamente aquelas que resultam em insuficiência e/ou dificuldade respiratória. Por isso a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD) publicou uma cartilha com esclarecimentos sobre o novo coronavírus. Clique aqui para acessar.

A possibilidade de contágio é maior porque a maioria delas apresentam baixa mobilidade e depende de locais acessíveis, assim muitos precisam se apoiar em outros locais para se movimentar ou requerem o auxílio de cuidadores para atividades cotidianas.

Os cuidados para evitar a proliferação do novo coronavírus entre as pessoas com deficiência é fundamental em meio a pandemia.

Entre as principais instruções, além de lavar as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel 70%, estão a limpeza de qualquer tipo de equipamento que auxilia a locomoção, tais como, muletas, bengalas, órteses e próteses.

Algumas orientações específicas às pessoas com deficiência: 

As pessoas com deficiência que utilizam aditamentos – tais como cadeiras de rodas, muletas, órteses ou bengalas – devem lembrar-se de higienizar várias vezes ao dia e após deslocamento externo o aro propulsor da cadeira, os punhos da cadeira manual, os “joysticks” (controle) de suas cadeiras motorizadas, suas muletas e bengalas, assim como as mãos que são muito utilizadas. Para isso usa-se água e sabão, álcool a 70% ou outro produto desinfetante;

Para quem faz uso de cadeira de rodas: as mãos são portas de entrada e saída para o agente infeccioso, pois elas ficam em contato paralelo às rodas e estas em contato com o chão, o que resulta em aumento da contaminação das mãos.  Sugere-se o uso de luvas esportivas para auxílio da movimentação da cadeira de rodas. No entanto a pessoa deve lavar as mãos antes e após o uso das luvas esportivas, para evitar qualquer propagação do agente infeccioso, evitando assim a contaminação da parte interna das luvas. Mas lembre-se: ao utilizar a luva esportiva em ambientes externos, se faz necessário a lavagem das mesmas;

Deve ser frequentemente higienizado todo e qualquer equipamento ou utensílio utilizados pelas pessoas com deficiência no auxílio à realização de suas atividades diárias ou de trabalho, tais como computadores, celulares, tablets, óculos, talheres adaptados etc.

Orientações para cuidador da pessoa com deficiência e o profissional que atua em atendimento domiciliar (home care): 

Evitar ir doente à residência de seu paciente;

Se for um profissional que apoia atividades de vida diária, deve redobrar os cuidados aos pacientes que fazem parte dos grupos de risco, avaliando a necessidade de sua presença e considerando a possibilidade de delegar e capacitar um cuidador familiar;

Não exponha o paciente em passeios ou banhos de sol em locais com aglomeração de pessoas. Procure escolher horários e locais tranquilos;

Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel antes e depois de qualquer procedimento;

Sobre roupas e sapatos, o ideal é que, quando possível, o calçado seja retirado na chegada em casa. A mesma recomendação vale para toda a roupa do corpo. Depois disso, deve-se e separar esses itens para lavar. Em seguida, a orientação é que, além de higienizar as mãos, se tome um banho para que a limpeza do corpo seja completa. Assim, é possível prevenir eventuais secreções que tenham entrado em contato com a pessoa;

Use Equipamento de Proteção Individual (EPI) como máscaras, luvas e aventais. Após o uso faça o descarte adequado destes EPIs;

Higienize todos os utensílios que entram em contato direto com o paciente (há, em lojas especializadas, capinhas plásticas descartáveis para uso com os equipamentos), com álcool;

Cuidado com a exposição a secreções, exsudatos de feridas, sangue, urina e fezes;

Use capote/ avental descartável. Coloque e retire com técnica correta;

Higienize equipamentos de fisioterapia (bolas, elásticos, halteres, caneleiras etc.) utilizados com vários pacientes com álcool;

Cuidado com o uso de celulares durante a assistência ao paciente;

Ao utilizar equipamentos eletrônicos higienize com álcool isopropílico.

Procure sempre um profissional de saúde para maiores informações.

Por: Priscila de Souza, Fisioterapeuta - CREFITO: 74986-F


Referencias:

1. https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/marco/ministerio-divulga-orientacoes-para-pessoas-com-deficiencia-contra-o-novo-coronavirus-covid-19
2. http://www.capital.sp.gov.br/noticia/onu-lancou-alerta-mundial-sobre-as-pessoas-com-deficiencia-e-o-coronavirus
3. https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/04/02/coronavirus-secretaria-divulga-orientacoes-para-pessoas-com-deficiencia/.
4. https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#sintomas