A Medicina Tradicional Chinesa e a Acupuntura são baseadas no conceito teórico oriental de Yin Yang e os cinco elementos, que ajudam a explicar as doenças e as funções fisiológicas. Isso porque a Medicina Tradicional Chinesa entende que há uma energia que dá vida a todos os seres, e que no corpo humano ela circula por 14 canais superficiais principais denominados “meridianos”. Quando esse fluxo de energia é quebrado por conflitos emocionais, má alimentação e/ou outras dificuldades, surge a doença. Para a Medicina Tradicional Chinesa, o equilíbrio é restaurado pela inserção de agulhas em pontos sobre a pele, cada um com seu efeito específico.(3)
Como estes conceitos da Medicina Tradicional Chinesa são alheios à Medicina Ocidental, a Acupuntura foi, no passado, alvo de muitos questionamentos. No entanto, os avanços das investigações sobre o sistema nervoso trouxeram a comprovação científica esperada e afastaram muitas das desconfianças que rondavam a terapia. Hoje, já há quase 500 revisões sistemáticas com metanálise, comprovando a eficácia da Acupuntura.
A Acupuntura funciona reduzindo a inflamação, estimulando a liberação de endorfinas e outros neurotransmissores que acalmam e regulam a atividade do sistema nervoso como um todo. Por isso, a acupuntura pode ser utilizada no tratamento de diversas doenças, quadros dolorosos, depressão, ansiedade, estresse crônico e até da incontinência urinária.
Já há comprovação científica de que a Acupuntura é capaz de tratar ou aliviar os sintomas de mais de 400 doenças, relacionada aos sistemas nervoso, imunológico, digestivo e geniturinário, aos músculos, ossos, articulações e pele. Em muitos problemas crônicos, a Acupuntura pode diminuir a dose necessária ou até substituir medicações.
Vejamos alguns dos benefícios comprovados da Acupuntura:
• Emagrecimento e regulação do metabolismo;
• Controle da ansiedade, estresse e depressão;
• Tratamento da insônia;
• Alívio da dor, contraturas musculares, torcicolo;
• Redução de problemas sistema digestivo;
• Melhora da dor e qualidade de vida de pacientes com câncer (até mesmo em casos terminais);
• Alívio da enxaqueca e dores de cabeça crônicas;
• Na Pele, melhora a acne e problemas com a cicatrização;
• Melhora da Imunidade, alergias, rinites e asma;
• Melhora da Incontinência Urinária.
Além de efetiva, a Acupuntura é extremamente segura. Quando realizada por profissionais qualificados, apresenta riscos de eventos adversos baixíssimos em comparação ao uso de medicamentos ou cirurgias, tradicionalmente utilizados na Medicina Ocidental.
Apesar de todos estes benefícios, muitas pessoas têm medo das agulhas da Acupuntura. É importante divulgar que a dor da introdução das agulhas e as sessões de Acupuntura são mais do que toleráveis – a maioria de nossos pacientes relata que as sessões são relaxantes como uma sessão de massagem ou meditação.
Esperamos que este texto ajude a todos a vencerem o medo e aproveitarem todos os benefícios da Acupuntura!
Por:
Marta Lira Goulart - COREN-SP: 93.694
Dr. Nucelio Luiz de Barros Moreira Lemos – CRM-SP 113.015
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Deare JC, Zheng Z, Xue CCL, Liu JP, Shang J, Scott SW, Littlejohn G. Acupuncture for treating fibromyalgia. Cochrane Database of Systematic Reviews 2013, Issue 5. Art. No.: CD007070. DOI: 10.1002/14651858.CD007070.pub2
2. Smith CA, Hay PPJ, MacPherson H. Acupuncture for depression. Cochrane Database of Systematic Reviews 2010, Issue 1. Art. No.: CD004046. DOI: 10.1002/14651858.CD004046.pub3
3. Furlan AD, van Tulder MW, Cherkin DC, Tsukayama H, Lao L, Koes BW, Berman BM. Acupuncture and dry-needling for low back pain. The Cochrane Database of Systematic Reviews 2005, Issue 1
4. Lim CED, Ng RWC, Cheng NCL, Zhang GS, Chen H. Acupuncture for polycystic ovarian syndrome. Cochrane Database of Systematic Reviews 2019, Issue 7. Art. No.: CD007689. DOI: 10.1002/14651858.CD007689.pub4
5. Ribeiro, JC., Sêne, RF., Paiva, AFA, et al. – Ventosaterapia: Tratamento alternativo para diversas afecções. Revista Saúde em Foco – Edição no 11 – Ano: 2019
6. Wegner, F. Costa, AD., Ribeiro, GKS, et al. Moxabustão: uma revisão da literatura. FIEP BULLETIN - Volume 83 - Special Edition - ARTICLE II - 2013 (http://www.fiepbulletin.net)
7. Amaro, JL., Haddad, JM., Trindade, JCS., Ribeiro, RM. Reabilitação do assoalho pélvico nas disfunções urinárias e anorretais. Revista Segmentofarma, 2005. Pag 177-191.