Mas, não são raros os casos de persistência da dor, mesmo após a cirurgia.
Os objetivos mais frequentes dessa cirurgia são o controle da dor ou o aumento das possibilidades de fertilidade. Além disso, o tratamento pode ser complementado com o controle hormonal, por meio do uso de pílulas ou dispositivos intra-uterinos (DIU) a base de progesterona, que podem inibir a menstruação e auxiliar na melhora das cólicas, dores pélvicas crônicas e dores nas relações.
No entanto, a endometriose nem sempre é a principal causa da dor pélvica crônica. Em muitos casos, observa-se uma alteração dolorosa do tônus dos músculos da pelve, do abdome e até das coxas. Esta alteração pode ser uma resposta do sistema nervoso ao estímulo doloroso repetitivo da endometriose.
Por isso, ao longo do desenvolvimento da doença, a dor deixa de ser localizada e passa a se espalhar para os músculos dos arredores da pelve, causando contraturas dolorosas e alteração de seu funcionamento. Com o tempo, estes mecanismos se tornam auto-sustentáveis, formando vias dolorosas que persistem mesmo após a retirada cirúrgica dos focos de endometriose.
Dores pélvicas, aumento de tensão muscular, sensação de pontadas e câimbras, dor anal, alterações na micção e na evacuação, dores abdominais e lombares passam a se manifestar de forma crônica, muitas vezes incapacitantes.
O tratamento, neste caso, deverá encarar a dor como o foco principal, com o auxílio de técnicas específicas e multidisciplinares.