Como a compressão de nervos interfere na sua saúde urinária

 

Atualmente fala-se muito sobre disfunções urinárias provocadas por lesões de nervos seja em cirurgias pélvicas ou diretamente por alguma compressão de nervos.

Quais são essas disfunções? Por que elas ocorrem? Todas as pessoas submetidas a cirurgias pélvica vão sofrer estas disfunções? Qualquer compressão nervosa leva à disfunção?

Neste texto, vamos revisar alguns conceitos importantes sobre disfunções miccionais e sobre as causas destas disfunções.

A micção, que é o ato de urinar, é controlada por uma complexa rede de nervos e músculos que trabalham juntos para garantir que a urina seja armazenada na bexiga e liberada no momento certo.

Como Funciona o Controle da Micção

  1. Bexiga e Esfíncteres:
    • A bexiga é como um balão que armazena a urina. Quando está cheia, precisa se contrair para empurrar a urina para fora.
    • Dois grupos de músculos chamados esfíncteres funcionam como "portas" que mantêm a urina dentro da bexiga até que você esteja pronto para urinar.
  2. Sistemas Nervosos:
    • O corpo usa diferentes "fios" de nervos para controlar a micção.
    • Um grupo de nervos, o sistema simpático, ajuda a segurar a urina na bexiga até que seja hora de liberar.
    • Outro grupo, o sistema parassimpático, faz o trabalho de esvaziar a bexiga quando você decide urinar.
  3. Cérebro e Medula Espinhal:
    • O cérebro age como o "chefe", decidindo quando é apropriado urinar.
    • A medula espinhal funciona como um "mensageiro", enviando sinais entre o cérebro e a bexiga.
    • Quando a bexiga está cheia, ela manda um sinal para o cérebro dizendo: "Ei, precisamos esvaziar!". O cérebro então decide se é o momento certo ou não.
O Processo de Urinar

  1. Armazenamento de Urina:
    • Quando a bexiga começa a encher, os nervos dizem aos músculos da bexiga para relaxarem, e os esfíncteres para se manterem fechados, mantendo a urina armazenada.
  2. Esvaziamento da Bexiga:
    • Quando você decide que é hora de urinar, o cérebro envia um sinal que relaxa os esfíncteres e contrai a bexiga, empurrando a urina para fora.
  3. Controle Voluntário
    • Desde que somos pequenos, aprendemos a controlar a micção, decidindo quando e onde podemos urinar. Este controle acontece porque o cérebro e os nervos trabalham juntos para permitir que esperemos até que seja o momento adequado. 
Em resumo, urinar parece simples, mas envolve um processo coordenado que garante que a bexiga segure a urina até que seja hora de liberá-la, tudo com a ajuda do cérebro e dos nervos.

Em cirurgias pélvicas de grande porte, como cirurgias para tratamento de endometriose profunda, tratamento de cânceres ginecológicos e prostatectomias podem provocar lesões nos nervos que controlam a função da micção. A compressão nervosa, causada por um nervo pressionado ou comprimido, também pode resultar em alterações urinárias.

Estas disfunções são caracterizadas por mudanças na frequência, urgência, dificuldade ou controle da micção. Essa condição pode afetar significativamente a qualidade de vida e o bem-estar de uma pessoa.

A retenção urinária é um tipo de alteração na qual há uma dificuldade em urinar ou incapacidade de esvaziar completamente a bexiga. Nesta condição, a compressão nervosa afeta os nervos que controlam a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter urinário, o que gera a dificuldade em iniciar ou completar o ato de urinar. Isso pode levar a uma sensação constante de bexiga cheia, desconforto abdominal e até mesmo distensão da bexiga.

A disúria é outro tipo de alteração urinária e traz como sintoma a sensação de dor, desconforto ou ardor ao urinar. A compressão nervosa pode causar irritação ou inflamação no trato urinário, que por sua vez resulta em uma sensação dolorosa ou desconfortável durante a micção. Pode ser acompanhada de aumento na frequência urinária, urgência e até mesmo sangue na urina em casos mais graves.

A hesitação urinária ocorre quando os nervos que controlam o músculo detrusor da bexiga são afetados pela compressão nervosa, dificultando o esvaziamento adequado do órgão. Ela é caracterizada pela dificuldade em iniciar o fluxo urinário, isso pode levar a um atraso no início do fluxo urinário ou até mesmo a uma incapacidade completa de urinar.

A compressão nervosa pode afetar os músculos e os nervos que controlam a função da bexiga, resultando em uma diminuição da sensibilidade ou controle do esfíncter urinário. Isso pode levar a episódios de perda involuntária de urina durante atividades como esforço físico, tosse, espirros ou uma forte sensação de urgência para urinar.

Existem diferentes tipos de incontinência urinária, como a incontinência de esforço, a incontinência de urgência e a incontinência mista. A avaliação médica, a fim de realizar a avaliação clínica e diagnóstico correto, é essencial para um tratamento adequado que pode prevenir complicações a longo prazo.

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